Édipo (entrando no consultório correndo): Oh não, oh não, não posso acreditar! Que desgraça!
Freud: Mas o que está acontecendo? Quem é você? O que você quer aqui?
Édipo: Desculpe entrar sem avisar Dr. Freud, é que aconteceram desgraças inexplicáveis e eu não tive a quem mais recorrer.
Meu nome é Édipo, eu era o Rei de Tebas. É uma longa e horrorosa história, acabo de descobrir ser o esposo de minha mãe! Estou confuso ao extremo!
Freud: Sente-se meu filho, histórias sobre sexualidade muito me interessam! Ainda mais algo tão intrigante como o seu caso! Conte-me tudo, e quem sabe algum dia poderei estudar o seu caso mais a fundo.
Édipo: Antes do meu nascimento, meus pais descobriram através de Apolo a profecia de que eu seria a desgraça de minha família! Então, no dia em que nasci meu pai, rei de Tebas, me levou a um pastor:
Laio: Leve-o até um bosque abandonado e o deixe lá, ao cuidado das feras!
O pastor ficou com pena de mim e me pendurou em uma árvore, para que uma alma bondosa me salvasse. De fato, fui salvo por um camponês, que me adotou como filho legítimo.
Até que um dia tive uma briga com um colega e ouvi um xingamento que me deixou intrigado.
Colega: Cala a boca, seu enjeitado!
Perguntei a ele o porquê de ter me chamado daquele nome, e ele revelou saber que eu fui encontrado na floresta. Larguei tudo no mesmo dia e parti para Delfos a procura de meus verdadeiros pais! Consultei-me com um oráculo de Apolo durante o percurso:
Oráculo: Não insista em querer saber mais nada! Se você se aproximar de seus verdadeiros pais, levará a eles somente a desgraça!
Desisti, então, da minha busca, e aceitei a minha condição de filho bastardo, era o meu destino. Enquanto andava de volta para a minha vida anterior, quase fui atropelado por uma carruagem. Depois vim a descobrir que quem estava nela era Laio, meu verdadeiro pai, que alertado por alguns sonhos ruins, estava indo até o templo para saber se seu filho estava realmente morto.
Laio: Saia da frente, idiota!
Não gostei nem um pouco da atitude arrogante daquele senhor. Acabamos em uma briga violenta, ele me esbofeteou e eu enterrei meu punhal no peito daquele homem. Só me dei conta do meu ato após tê-lo feito, sai correndo e fugi para qualquer lugar, na tentativa de me penitenciar.
No meio da estrada em que eu cursava em direção a Tebas estava instalada uma esfinge. Um monstro metade leão, metade mulher, que dizia para todos os transeuntes:
Esfinge: Ninguém passa sem antes decifrar meu enigma
Todos que não conseguiam decifrar o enigma dela morriam. Dessa forma o horror estava instalado em Tebas. A Rainha viúva estava aterrorizada e na tentativa de encontrar alguém que destruísse o monstro, ofereceu sua mão em casamento ao homem que derrotasse a esfinge.
Como eu não tinha nada a perder e queria de alguma forma aliviar a culpa de ter matado um homem, resolvi desesperadamente enfrentar a esfinge.
Esfinge: Qual o animal que pela manhã anda com os quatro pés, à tarde com dois e à noite com três?
Édipo: É o homem; na infância engatinha, na idade adulta anda ereto e na velhice apóia-se em uma bengala.
E eu destruí a esfinge!Tornei-me, então, o Rei de Tebas! Quanta felicidade!
Mas logo que subi ao trono, veio uma época de muitas desgraças: pestes, secas, inundações, fome, tudo virava uma tragédia e eu precisava tomar providências!
Pedi, então, para que perguntassem a um oráculo de Apolo:
Oráculo: “O fim da desgraça só chegara no dia em que o responsável pela morte de Laio for expulso de Tebas”
Fiz tudo possível para encontrar o culpado, muitos foram presos, outros foram mortos, mas as calamidades mesmo assim continuaram. Um dia Jocasta teve idéia de chamarmos o adivinho Tirésias. Chamei-o, perguntei a ele quem era o assassino de Laio. Ele se esquivou, tentou não responder, mas não teve como evitar diante da curiosidade minha e de Jocasta:
Tirésias: Você, Rei Édipo, é o assassino de Laio, seu próprio pai...
Para confirmar o ocorrido, um pastor que viu o ocorrido, me viu matando Laio, afirmou na frente de todos que eu era o culpado!
Jocasta: Não pode ser verdade! Você é meu filho!
Então ela se trancou no quarto, não me ouviu enquanto eu dizia que não tínhamos culpa, foi uma fatalidade do destino. Ela não respondeu e eu abri a porta! Óóóóóh nãão! Vi o corpo de minha mãe e amada esposa preso numa viga do teto...
Não sei mais o que fazer Dr. Freud, como viver com esse fardo?
Freud: Édipo, você não tem culpa do que aconteceu, não pode ser o seu próprio juiz. Você pode não ser o responsável por toda a tragédia!
Édipo: Mesmo sabendo que não foi minha culpa, que era uma fatalidade prevista, tanto que Apolo tinha conhecimento de tudo antes mesmo de eu nascer... Não consigo aceitar o que eu fiz! Eu poderia ter agido de outra forma diante dos acontecimentos!
Freud: Mas agora já está feito
Édipo: Mesmo assim, eu poderia ter negado o fato, poderia ter dito que não fui eu e nunca ter assumido. Mas aquele pastor, tão pobre, tão sem poder; venceu-me! Acabou tendo mais poder que eu!
Freud: E agora, o que farão com você? Qual será a sua punição?
Édipo: Como estava previsto para o culpado pela morte de Laio, fui expulso de Tebas. Stou condenado a vagar à minha própria sorte. Oh, Freud, não consigo mais suportar tanta dor, tanta vergonha por ter sentido o que senti, ter tido filhos com a minha própria mãe!
Freud: Interessante essa relação entre mãe e filho...
Édipo: Óh , assim como não tive olhos para ver os crimes abomináveis que cometi, também não os terei para ver mais nada neste mundo!
*fura os olhos*
terça-feira, 21 de abril de 2009
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