-Vovô, vovô!
-Pedro, meu querido neto! Como você está? Cada dia que passa você fica mais bonito!
-Deixa de ser coruja, vovô! As meninas não acha isso!
-Não ligue para isso, por enquanto. Curta a sua infância. Diga-me, veio me visitar ou está se escondendo?
-Um pouco dos dois! Queria te fazer umas perguntas!
-Estou a sua disposição!
-É que assim, na escola me falaram que antigamente, aqui era tudo diferente de hoje. É verdade vovô?
-Ora, Pedrinho! É claro que é verdade! Quer saber como as coisas eram por aqui antigamente?
-Claro! Me conta tudo, sô!
-Pois bem. Antigamente, ouvia-se falar que um dia o clima poderia mudar e as coisas se inverterem. Ninguém nunca deu muita bola pra isso, pois parecia impossível. Porém, durante muitos anos as coisas foram mudando. Isso aqui era uma terra abandonada. Ninguém queria vir morar aqui e as pessoas que viviam não levavam uma boa vida. Aqui fazia muito calor e o povo que habitava essa terra era necessitado.
-Nossa, vovô! Mudou mesmo! Hoje só os mais ricos têm casas aqui!
-Não foi só isso que mudou, Pedrinho! Tem mais história!
-Termina então, sô!
-Então, como eu ia dizendo, aqui fazia muito calor. Foi assim durante séculos. Depois de um tempo o clima começou a mudar. O que acontece aqui hoje, só acontecia em algumas partes do mundo.
-Que doideira, sô!
-É, meu neto! Mas você não ouviu a parte mais louca da história!
-Então conta, sô!
-Essa terra aqui que você nasceu recebia outro nome. Aqui era chamado de sertão do Brasil.
-Nossa senhora, vô! Mas que coisa doida, sô!
-Pois é, Meu neto. É o mundo de hoje!
-Tenho certeza de que o sinhô tem muita história pra contar, mas eu vou me indo. Tá nevando mais fraco agora. Vou lá chamar o Sebastião e a Terezinha pra fazer boneco de neve.
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