quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Redação à quatro mãos

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Desde a idade antiga, na Grécia, a discussão sobre liberdade é corrente. Hoje, as coisas não mudaram em relação a essa discussão, porem, os propósitos e ideais, além do contexto histórico em que ocorrem, são completamente diferentes dos de antes.
Ao longo de grande parte da história, em muitos paises, liberdade foi sinônimo de uma grande utopia. Nos tempos do absolutismo, onde era legalmente aceito o imenso poder repressor do rei, a luta por liberdade era sinônima de rebeldia para uns e heroísmo para outros. A repressão era clara e intimidadora. Logo, a liberdade como direito individual protegido pela lei, por muitos anos, simplesmente não existiu.
É fato que esse pensamento revolucionário é visto hoje, como um ato de heroísmo e alvo de idolatria. Visto isso e tomando como exemplo o Brasil, um país atualmente democrático, é notório que as lutas passadas são, em sua maioria, uma grande inspiração para o sentimento heróico de quem hoje se diz lutar pela liberdade de seu povo. Entretanto, nos dias correntes não se vive a censura, se presencia uma relativa transparência na política e existe a plena proteção legal para o indivíduo. Percebe-se então, que a maioria das “lutas pela liberdade” não passam de buscas por atenção da mídia, de fontes de idéias sensacionalistas e egocêntricas, porque a liberdade existe, o que a população faz com ela é que precisa ser discutido.
Nesse sentido, é valido mostrar o quanto o individualismo e o consumismo são prioridades na sociedade. Como o estado hoje é constitucionalmente democrático e já foram conquistados inúmeros direitos referentes a liberdade, o mercado de produtos que vão desde a beleza à personalidade ideal predomina sobre o ideário dos indivíduos. Se quer ser loira, magra, alta, linda, gostar de musica pop, ler o livro mais vendido, ir ao shopping fazer sempre a mesma coisa. Onde está a liberdade nessa vida sem alternativas? Não está. Entende-se, portanto, que a massificação do consumo e de um comportamento ideal transformou a busca pela liberdade em mais um discurso sensacionalista vendido em uma página da internet.
A luta pela liberdade hoje, é vista como um ato de coragem e honra. Porém, pelos anos afora esse ato foi perdendo a sua essência. Hoje, luta é sinônimo de brigas. Ontem luta foi sinônimo de busca por ideais. A população é em geral, livre, mas não se dá conta disso. Quanto mais opções, quanto mais liberdade, mais o homem se preocupa com a sua individualidade consumista e menos se importa com as opções de divulgar suas idéias, de ser diferente, de não seguir padrões religiosos ou absolutistas. Hoje não se fala o que pensa, por que não se pensa.

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