sábado, 14 de fevereiro de 2009

Engenheiro e Arquiteto

Construí, até aqui, grandes obras. Não só, pois contei com a ajuda de muitos. Não falo de telas. Não falo de textos. Falo de obras primas essenciais ao longo da vida de uma pessoa.
Construí prédios imensos. Contarei um pouco da estória de cada um deles.
O primeiro, está de pé até hoje, devido a muitos fatores. Porém, o principal que o mantém lá, forte, imutável, foi o modo como sua base foi construída. Na produção desta imensa obra, contei com a ajuda de dois amigos. Chamam-se Fabrício e Kayan.
Tempos depois, encontrei outro amigo que me convidou para construir um outro edifício. De início, seria de apenas quatro andares. Porém, ao longo do tempo, fomos resolvendo aumentar esse edifício e acabou por se comparar ao que havia construído antes. Mais uma vez, sua base foi fortíssima, ele se mantém de pé até hoje, e irá permanecer por muito tempo. O amigo que me ajudou neste chama-se Marcos.
Tempos depois, encontrei duas pessoas que me convidaram a fazer parte de seu projeto. Pensei ser uma ótima oportunidade de conhecer novas pessoas, fazer novos amigos. A idéia inicial, diferente das minhas construções anteriores (visto que nos outros, a idéia inicial era apenas começar uma obra), era fazer um prédio enorme, incomparável no tamanho. Talvez tenha sido esse o erro principal. Mal conhecíamos as capacidades um do outro. Mas, mesmo assim, construímos o edifício. Não demorou muito e ele foi abaixo. Foi uma decepção quando descobri o resultado do laudo. Um dos que construíram comigo foi o mesmo que, com uma faca, fez uma rachadura na base. Nunca mais falei com eles. O bom dessa obra é que encontrei outra pessoa que teria as capacidades necessárias para se construir. Mas a obra que fiz com ela é mais pra frente.
Falarei agora de uma obra em que imaginei ser a mais forte de todas. Comecei a construção desde novo. Pensei ser a mais duradoura. Estive errado. Construí essa com um outro amigo que me parecia ser o melhor de todos. Mas há pouco descobri que, de fato, talvez tenha sido, por um longo período, mas não mais. Por não pôr uma peça que custava cerca de vinte mil reais, no qual era de sua responsabilidade colocá-la no local apropriado para dar sustentação ao edifício, a obra desmoronou.
Falarei agora, da obra que construí com a pessoa que encontrei após a queda do edifício G.J.. Encontrei essa pessoa meio desamparada, assim como eu estava após descobrir as façanhas que tinham sido tramadas na queda do prédio. Ela, repentinamente, me fez sentir vontade de convidá-la para construir uma casinha. Ao longo da construção, descobrimos que poderíamos fazer muito mais do que apenas uma casa. Decidimos criar um condomínio inteiro. O mais bonito que algum homem pudesse ver. Construímos.
Depois de construí-lo, decidimos então construir uma ponte. Sim, uma ponte. Essa ponte era de importância apenas para nós dois. Ligava duas cidades do Brasil. Uma era do Rio de Janeiro e a outra era do Rio Grande do Sul. Nota-se que seria uma obra imensa, porém disposição não nos faltou. Houve uma serie de problemas durante a construção, mas ela foi concluída. A ponte chamou-se Allou.
Hoje, recebi um laudo da obra. Nele constava que a ponte pode vir a se romper, mas as suas bases, suas grandes colunas feitas de concreto e aço jamais serão destruídas.
Por enquanto, outras obras estão em construção e parecem ter um grande futuro. Creio que ainda farei algumas grandiosas, mas não tanto quanto as que fiz com Fabrício, Kayan, Marcos e a Louisie. Acredito que as bases destas serão eternas enquanto vivermos.
Na nossa jornada, precisamos fazer estas obras para nos sentirmos completos. Precisamos de dois, como um arquiteto e um engenheiro, juntos. Espero que durante toda ela, eu me lembre da fórmula para construir bases tão poderosas. Pois, mesmo que seja mais fácil, castelos de baralho se abatem com uma simples brisa.

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