Tocou o sinal do intervalo. Teresa continuou sentada na sala e Raimundo foi para o pátio sem perceber que João o seguia.
João - nosso protagonista (ou antagonista?) - é o rapaz mais romântico entre todos os já sonhados por qualquer moça. Amava Teresa, já tinha planejado todo o futuro-com-ar-de-fim-de-novela que os dois iriam ter. O fato de eles nunca terem conversado era uma detalhe! Afinal, ele já tinha percebido os olhares e sorrisos dela, sabia que um dia o encontro ia acontecer.
Raimundo - o antagonista (ou protagonista?) - por sua vez, amava outra menina. Ela, como bela personagem secundária de historinhas de amor que não dão certo, não queria nem ouvir falar dele. Aquele bruto, metido a forte e gostoso, exibido... não é pra mim.
Teresa, a bonitinha, a meiguinha, a riquinha, a inha-inha, sabia o quanto o palerma do João faria tudo por ela. Ele até que era bonitinho, simpático... mas não era o Raimundo. Esse sim, com seus músculos e sua macheza, era apaixonante.
Uma vez Raimundo foi chorar as mágoas por causa da fulaninha com Teresa. Ah, ela adorou! Fez do coração partido de Raimundo motivo para observar seus músculos na sorveteria em frente à escola, na pizzaria, no carro... Até que o protagonista-palerma percebeu a aproximação entre os dois. Todo dia conversinha e risinho.
Tocou o sinal do intervalo. Era segunda-feira. João levou a faca amolada do pai. Quando Raimundo olhou a sua amada no pátio, sentiu uma fisgada nas costas. Foi ali no pátio que João fez pra todo mundo ver, pra ninguém mais o chamar de palerma.
Se Teresa não pudesse ser dele, como nos seus sonhos, não seria de mais ninguém. Agora sim ele era corajoso, era bravo e matador. Como nos seus sonhos.
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