Está aí. Finalmente chegou ao Brasil, com mais força do que nunca, o efeito do aquecimento global. Nos jornais, nas revistas e nos telejornais só se fala em alagamento na cidade de Santa Catarina. Porém, sensacionalista como é, a mídia não se importa em colocar como vilã dessa história a mãe da vida nesse planeta e impor a teoria de que o homem é a grande vítima. A teoria de que a natureza se mostra disposta a começar uma grande guerra.
Nada disso é real. Nos telejornais e programas de culinária da manhã (que sempre tem uma reportagem para terem uma imagem de programas com preocupações socioeconômicas) mostra-se o cenário da cidade sulista, que hoje mais parece um cenário de guerra: crianças chorando, pessoas desabrigadas, pouco estoque de alimentos, falta de energia e abastecimento de água potável, e por ai vai. O grande problema, porém, é o órgão de informação que é consumido pela população. Expor a fúria da natureza é o que basta para se ter picos máximos de audiência. Só é exposto ao telespectador àquilo que é de interesse da emissora e a prova disso é que a TV insiste em colocar nos noticiários as reportagens com crianças chorando, mães desesperadas dizendo que perderam tudo, pessoas colocando a culpa no governo por falta de estrutura para agüentar tal situação. Por outro lado, mostra-se no mesmo telejornal, um pouco antes de seu termino, como uma reportagem muito bacana e que chega a tirar um leve sorriso do Bonner e da Bernardes, o churrasco do gaúcho, que nada seria sem a queima do carvão. Mostra-se aquele consumidor feliz por ter comprado seu novo carro que consome uma quantidade absurda de gasolina. Mostra-se o grande avanço do Brasil em termos econômicos por ter encontrado a nova bacia do Pré-sal, onde a exploração do petróleo irá tirar o país da vigésima quarta posição para a oitava. Ah, mas isso é bom, trará empregos e tudo mais. E o meio ambiente, onde fica?
A mãe chora na frente das câmeras porque sua casa desabou. O programa culinário matinal, mostra o choro da dona de casa com uma música emocionante no fundo. Esqueceu de mostrar o dia em que ela teve que retirar a cobertura vegetal da encosta para construir a sua casa, ignorando as indicações da defesa civil. Mostra o homem reclamando das ruas alagadas, mas não mostra o próprio reclamando de quando não havia naquela rua, calçamentos e não mostra o mesmo homem jogando aquele papel de bala, tão pequeno e indiferente, no chão. Mostra a chuva caindo, mas não mostra aquele homem que hoje reclama das condições da cidade, que pegou o seu carro 4x4 super beberrão para ir a esquina comprar pão.
Ao contrário do que se mostra na televisão, a natureza não quer travar uma guerra com seus próprios filhos. O que acontece é que seus filhos iniciaram uma guerra civil, entre si. O que ele faz ao meio ambiente é voltado para si mesmo.
Ninguém se preocupa em fazer nada para melhorar as condições do planeta. Ninguém se importa em diminuir no possível as agressões ao meio ambiente. Querer dar um tapa e não querer tomar outro é, definitivamente, querer demais.
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Um comentário:
Atribuir o acontecimento de SC ao aquecimento global é muito proselitismo de ambientalista.
Primeiro porque em 1983, quando esse folclore de aquecimento não era nada difundido, houve enchentes do mesmo nível.
Segundo porque a teoria de o aquecimento global estar ligado à atividades humanas não é provada, sendo por isso uma teoria, há, inclusive, muitos cientistas renomados que contrariam essa hipótese, visto que estaríamos nos aproximando de uma nova era Glacial, e trata-se de um fenômeno natural.
Dizer que a culpa é da população pobre e/ou ignorante que constrói casa em encostas é outro erro. O Brasil apresenta uma concentração fundiária bem problemática, o agricultor familiar vai se apropriar de terras devolutas, entre elas as de encostas. Assim como fica difícil para alguém que vive de renda baixa (e variável), adquirir um terreno ou uma casa. Isso é um problema de orientação política, e não exclusivamente social.
Enfim, espero que não se incomode pelo comentário :)
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